quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Discurso da Mudança

Por Carlos Ernesto Lopes*

“Mudança”, no seu significado principal quer dizer: Tirar uma coisa do lugar e colocar outra. Muito embora a mutação faça parte da ordem natural das coisas, na questão de ordem ou desordem, tudo depende de seus condutores na condução dessa “mudança”.

A primeira vista não vejo problema nenhum em mudar, considerando que, o mundo em sua evolução, precisou se transformar. Nós mesmos sofremos mudanças internas e externas. Passamos de criança para adolescente e por fim a adultos, deixando de ser quadrúpedes para ser bípede e por fim pensadores.

Muda-se o mundo e os homens também. Trocam-se os homens, mas a causa jamais. Os condutores podem trocar a oratória, mas a causa não pode perder o discurso. Costumo dizer que o discurso do político enquanto candidato é a retórica, depois de eleito, são as obras; o discurso do vendedor ambulante é a pamonha, o abacaxi e a uva; o discurso do sambista é sambar e dizer no pé

Já dizia um grande professor (eu disse professor), que: - “A única escola que deu certo foi à escola de samba, porque é uma escola que não é fechada, entre quatros paredes, não tem muro, nem portão, pois é uma escola acessível e aberta a todos.

A todos que querem participar e não desmerecer o trabalho de centenas de famílias pertencentes aos vários bairros adjacentes ou oriundos das dezesseis escolas de samba e mais de quarenta e seis blocos de arrastão, que cumprem a cada carnaval a função de congregar e o objetivo de promover dentro do calendário brasileiro, a maior festa popular cultural do mundo, participando dos festejos e fortalecendo a cultura da cidade de Cabo Frio”.

Não podemos ficar a mercê do despeito do preconceituoso, que não tem a inteligência de manter uma aposição de tolerância com aquilo que ele desconhece na sua essência. Nem podemos permitir que por imediatismo ou falta de assunto, alguém analise o nosso trabalho em um periódico qualquer no intuito simplesmente de preencher colunas com lacunas, ou seja, assunto vazio. Afinal, quem larga o patamar de formador de opinião para ser deformador de informação, não sabe que a banalidade só veste a roupa da importância, para o idiota que costura a tolice. Já dizia o grande pensador: - “O homem é um ser que evoluiu e se criou ao criar uma linguagem”. E a nossa linguagem é o CARNAVAL, que fala, pronuncia, manifesta e se faz ouvir através da voz do povo.

Por isso, na realidade a “mudança” não incomoda. O que preocupa é que essa mesma mudança vem se transformando no palco do “egocêntrico” e o “ególatra”, que como o “FANTASMA DA ÒPERA” entoa seu canto (ou será desencanto), de face deformada.

Enquanto isso o disse me disse, toma conta do palanque da “mudança” e de boca em boca, o som e a força das palavras torpes, cumpre a sua errônea missão com a sua exima arte de confundir.

No entanto, sem dar carona aos covardes e alheia aos seus alardes, a carruagem do Carnaval segue.
* Superintendente da Morada do Samba
*

Nenhum comentário: